Conhecer
Gentes e locais – Um olhar fotográfico: Exposição “100 Anos de
Augusto Cabrita - Um olhar inédito” – 01/11/2023 até 16/03/2024
Esta
é a minha primeira publicação de 2024 e como tal será a minha
homenagem a uma das figuras mais marcantes do Barreiro e da história
da fotografia, da televisão e do cinema em Portugal e considerado um
dos mestres da imagem do século XX português. Refiro-me ao “mestre”
Augusto Cabrita. Antes de divulgar acerca da inauguração em 01 de
Novembro de 2023 da Exposição comemorativa “100 Anos de Augusto
Cabrita - Um olhar inédito”, irei sucintamente dar a conhecer o
percurso profissional do “mestre” Augusto Cabrita.
Augusto
Cabrita nasceu no dia 16 de março de 1923 tendo falecido a 01 de
Fevereiro de 1993, no Barreiro (minha cidade onde nasci e moro). A
partir dos seus 13 anos foi o despertar do interesse pela fotografia,
inaugurando
o seu estúdio de fotografia em 1956, no Barreiro. Nas suas próprias
palavras descreveu "a
fotografia como um olhar natural".
Fonte da fotografia de Augusto Cabrita:
https://fasciniodafotografia.com/2018/02/01/augusto-cabrita/
Ao
longo da sua vida foi fotógrafo e realizador, autor de capas de discos e
de identidades de livros e documentarista. Foi
fotojornalista de jornais
e revistas como “O
Século”, “Eva”,
“Flama”, “Século Ilustrado”,
tendo
colaborado
com diversas revistas por todo o mundo.
Foi
igualmente reconhecido pelos trabalhos
para a televisão, ao serviço da RTP, assim como para o cinema. Em
1957, ano em que surgiu a RTP, Augusto Cabrita participou
na cobertura da visita da Rainha de
Inglaterra Isabel II, a Portugal. Em 1960, dois repórteres da RTP,
Augusto Cabrita e Vasco Hogan Teves, realizam a reportagem do
terramoto de Agadir. Em 1961, participou
na reportagem para Angola do
início da Guerra Colonial. Realizou
mais de 650 documentários, curtas-metragens e reportagens para a
RTP.
Iniciou-se
no cinema como diretor de fotografia do filme/documentário Belarmino
(1964), de Fernando Lopes, que retrata a vida do pugilista Belarmino
Fragoso.
Participou
em várias produções de cinema, como: “Improviso sobre o Algarve”
(curta-metragem, 1960); “Macau” (curta-metragem, 1961); “Na
corrente” (curta-metragem, 1970); “Uma viagem” (curta-metragem,
1970); “O mar transporta a cidade” (curta-metragem, 1977); “Uma
história de trens – uma viagem de Hans-Christian Andersen”
(1978); “Lisboa” (1979) e “Açores, Ilhas do Atlântico”
(1979).
Fonte da fotografia documentário "Belarmino":
https://fasciniodafotografia.com/2018/02/01/augusto-cabrita/
Foi
autor de diversos livros, entre eles "50 Anos da CUF no
Barreiro" (1958-59), “Portugal, um país que vale a pena
conhecer” (1972) e “Um ponto de vista fotográfico”, edição
Europália (1993).
Fonte da fotografia das publicações:
https://fasciniodafotografia.com/2018/02/01/augusto-cabrita/
Realizou
a fotografia de diversos livros, como "Cozinha Tradicional
portuguesa" de Maria de Lourdes Modesto (1982), "As mais
belas vilas e aldeias de Portugal" de Júlio Gil (1984), de toda
a obra literária de Carlos de Oliveira, “Os mais belos castelos e
fortalezas de Portugal” (1986), ambos com texto de Júlio Gil,
“Parques e reservas naturais de Portugal” (1990), com a
colaboração de Rui Cunha e com texto de Pedro Castro Henriques e
“Os mais belos rios de Portugal” (1994), com texto de João Conde
Veiga. Colaborou também com várias fotografias para “Amália –
Uma estranha forma de vida” (1992), de Vítor Pavão dos Santos. .
Foi galardoado com diferentes distinções e prémios, como
Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, em 1985, Medalha
"Barreiro Reconhecido", na área da Cultura, Artes e
Letras, em 1986, Prémio Rizzoli (o Prémio Internacional de
Fotografia Publicitária, de Itália), Prémio Nacional de Cinema,
pela fotografia do filme "Belarmino", e pela realização
do filme "Aurélio Paz dos Reis", Prémio Bordalo, entre
outos.
Foi
o autor das fotografias de capas de álbuns discográficos de Amália
Rodrigues, Simone de Oliveira, Carlos Paredes, Maria Barroso, Carlos
do Carmo, Fernando Lopes-Graça, António Vitorino de Almeida, entre
outros. Augusto Cabrita foi operador, diretor de fotografia,
realizador e produtor, mas sobretudo fotógrafo e fotojornalista.
Para
celebrar os 100 anos de nascimento de Augusto Cabrita, foi inaugurada
em 01 de Novembro de 2023, a exposição “100 Anos de Augusto
Cabrita - Um olhar inédito”, no AMAC (Auditório Municipal Augusto
Cabrita), com a curadoria do neto de Augusto Cabrita, Augusto António
Cabrita, sendo a produção e organização da Divisão de Cultura e
Juventude da Câmara Municipal do Barreiro. Para quem possa visita a
exposição estará patente ao público até ao dia 16 de março de 2024.
A
exposição é composta por 128 trabalhos fotográficos a preto e
branco inéditos, que vão desde a fotografia documental de viagens,
ao fotojornalismo, à fotografia publicitária, ou à fotografia de
personalidades da cultura nacionais e internacionais.
Durante
a inauguração Augusto António Cabrita, descreveu o trabalho de
pesquisa realizado, de seleção das imagens que compunham o arquivo,
procurando documentos para identificar trabalhos e datar o espólio
fotográfico. Pelo que após fazer a abertura simbólica da
exposição, todos os presentes no AMAC puderam contemplar e observar
os trabalhos fotográficos expostos de Augusto Cabrita.
Deixo-vos
com alguns registos meus do dia da inauguração da exposição “100
Anos de Augusto Cabrita - Um olhar inédito”.
Fontes
de pesquisa do texto para o blog:
https://fotojornalismo3.webnode.pt/o-olhar-de-augusto-cabrita/
https://observador.pt/especiais/augusto-cabrita-mestre-de-fotografos-e-um-centenario-em-branco/
https://arquivos.rtp.pt/colecoes/augusto-cabrita/
https://fasciniodafotografia.com/2018/02/01/augusto-cabrita/
https://www.rostos.pt
https://expresso.pt/cultura/2024-01-11-O-mundo-de-Augusto-Cabrita-grande-fotografo-do-seculo-XX-portugues-48df7214