Sou apreciadora da “calçada à
Portuguesa”, pela transformação de simples pedras de calcário
branco e basalto negro em padrões de arte embelezando passeios e
calçadas.
Além das tradicionais pedras
brancas e pretas, encontramos outras tonalidades tais como, o
castanho, o vermelho, o azul cinzento e o amarelo.
Apesar da “calçada portuguesa”
ter sido implementada a partir do século XIV, (caracterizada pela
aplicação técnica mais desorganizada e em enquadramento diagonal),
a “calçada à portuguesa” tal como é apreciada esteticamente
hoje em dia (com formação tradicional de padrões irregulares de
pedras brancas e pretas), só surgiu no séc. XIX.
A execução técnica da calçada e
os moldes de construção da “calçada à portuguesa”
apresenta-se de modo diversificado. Poderão observar abaixo alguma
dessa diversificação:
Fonte: “Manual básico da Calçada Portuguesa pela Direcção Geral de Energia e Geologia” e disponibilizado pela Escola de Calceteiros de Lisboa |
Partilho convosco alguns registos
fotográficos meus, de vários exemplares de “calçada à
portuguesa” que encontramos por Lisboa.
AV. LIBERDADE:
AV. DA REPÚBLICA:
PRAÇA DOM PEDRO IV:
LARGO DO CHIADO:
PRAÇA LUÍS DE CAMÕES:
PRAÇA DO MUNICÍPIO:
RESTAURADORES:
RUA AUGUSTA:
ENTRE RUA DO CARMO E RUA 1º DEZEMBRO:
RUA DA PRATA:
RUA DO ALECRIM:
RUA BERNARDINO COSTA:
LARGO BARÃO DE QUINTELA:
AV. FORÇAS ARMADAS:
BAIXA DE LISBOA:
A “calçada à portuguesa” para
além desta vertente de arte decorativa é também património
cultural e como tal, deveria ser cuidada perante o desgaste que sofre
com o passar do tempo. Em Novembro de 1986, foi criada a “Escola de
Calceteiros” cujos objectivos seriam a renovação do número de
profissionais especializados e a divulgação da arte de
Calcetamento.
Em Dezembro de 2006, foi inaugurado
o monumento de homenagem ao calceteiro e à “Calçada à
Portuguesa”, pela C.M. Lisboa. A escultura é da autoria de Sérgio
Stichini e esteve colocada originalmente na Rua da Vitória, mas
devido a actos de vandalismo, foi retirada do local para restauro.
Prevê-se que seja recolocada, futuramente na Praça dos
Restauradores.
Para finalizar este post,
acrescento a informação de uma notícia do dia 22 de Dezembro de
2016, que refere o início pela C.M. Lisboa de preparação para
candidatura da calçada portuguesa ao estatuto de Património
Cultural Imaterial da Humanidade, junto da Unesco.
ATÉ BREVE!