O REAL JARDIM BOTÂNICO DA AJUDA – LISBOA (VISITA AGOSTO 2016)
A
história do Jardim Botânico da Ajuda, remonta a 1755, depois do
Terramoto de Lisboa, em que o rei D. José I transferiu a sua corte
para a Ajuda, por ser considerada uma área mais segura e que não
terá ficado muito afectada pelo terramoto. É o primeiro Jardim
Botânico de Portugal desenhado com o fim de manter, estudar e
coleccionar o máximo de espécies do mundo vegetal., tendo sido
mandado plantar pelo Marquês de Pombal, em 1768 com a designação
de Real Jardim Botânico da Ajuda, projectado pelo botânico italiano
Domingos Vandelli..
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Foi construído com a vocação de museu e viveiro de espécies botânicas oriundas das mais diversas partes do mundo, tal como proporcionar lazer à família real, estimando-se que em finais do século XVIII tinha cerca de cinco mil plantas.
Com
a implantação da República portuguesa, em 1910 foi aberto ao
público, ficando na tutela do Instituto Superior de Agronomia,
integrado como infra-estrutura de ensino e investigação e servindo
de apoio ao curso de Arquitectura Paisagística , então instituído.
O Jardim Botânico de Lisboa, passou
por algumas fases críticas:
- A invasão francesa de 1808 fez desaparecer a maior parte das suas
colecções. O jardim viria a ser reactivado com o regresso da corte
portuguesa do Brasil, tornando-se num local de lazer da família
real.
- A passagem do furacão de 1941, deixou o espaço bastante
danificado, tendo chegado a uma situação de quase abandono.
-
Após o 25 de Abril com o roubo de esculturas, buxos e até canteiros
da colecção de botânica.
Mas
entre 1994 e 1997 decorreu um projecto de recuperação, cujo
objectivo será de garantir a sua origem botânica e apresentá-lo
como um espaço de lazer, cujo acesso é pago para adultos e crianças
a partir dos 7 anos (2 Euros a entrada).
Este
espaço com cerca de 3,5 hectares, um jardim histórico,
caracterizado pela geometria da disposição botânica, pelas suas
fontes e interessantes grupos de esculturas.
Dividido por dois tabuleiros com um desnível de 6,8 m entre eles, a arquitectura do Jardim segue os modelos renascentistas em terraços talhados na encosta, tendo três elementos fundamentais, pedra esculpida, plantas e água em fontes e lagos. No entanto, os ornamentos existentes no jardim têm influências barrocas (nomeadamente a fonte central e as escadarias laterais e central).
Escadaria que dá acesso entre o tabuleiro superior e o tabuleiro inferior do Jardim, com a estátua de D. José I |
No
jardim, temos no tabuleiro superior a colecção botânica com
exóticos espécimes botânicos convenientemente identificados e a
balaustrada coberta de fungos, com mais de milhar de canteiros de
cercadura em pedra.
Outra
das atracções aqui é o Dragoeiro, a árvore mais antiga do
jardim, com cerca de 400 anos, original da Madeira. Identificado como
Dracaena draco L., é um dos raros exemplares sobreviventes da
colecção primitiva instalada por Domingos Vandelli no séc. XVIII.
Dragoeiro com cerca de 400 anos, originário da Madeira |
No tabuleiro inferior com acesso pela escadaria neo-clássica é visível a geometria das sebes de buchos que compoẽm o jardim de passeio, delineada em torno de bucólicos lagos e esculturas.
Destaco a Fonte das Quarenta Bicas datada do século XVIII decorada com serpentes, peixes alados e figuras míticas, cuja água da fonte é habitat de algumas espécies animais.
A criação do Jardim dos Aromas, especialmente destinado a cegos com tabuletas em braille e plantas expostas em alegretes levantados, permite cheirá-las e tocá-las.
Podemos igualmente, estar na companhia dos pavões habituados a passear entre os visitantes do Jardim Botânico de Lisboa.
As paisagens, são fantásticas com a vista do terraço superior (Rio Tejo, ponte 25 Abril, o Cristo Rei e a outra margem enquadradas), tal como a envolvência do Palácio da Ajuda, o Jardim-Museu Agrícola Tropical, o Mosteiro do Jerónimos, o Centro Cultural de Belém e a Torre de Belém.
Fontes consultadas: